sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

It`s War


Se pensarmos na Guerra como uma tour de force para obter poder, então a Guerra dos Sexos é a mais longa, duradoura e prazerosa forma de o obter. E perguntam vocês: «E porquê grande Deusa, General do Sexo bem dito e bem feito?», e eu respondo: Porque entre o ganhar e o perder, no meio do deve e do haver, não há feridos nem mortos nem populações dizimadas. O cardápio desta contenda inclui orgasmos, posições e situações que em nada se parecem com uma guerra. Et pourtant (hoje acordei galicista), ela existe. E porquê? Porque tem muito mais piada assim…

Ora vejamos. A cama é um campo de batalha, mais ou menos encapotado, onde o nosso carácter espreita a cada gesto. Todos nós somos, predominantemente, activos ou passivos dependendo de uma série de factores nem sempre perceptíveis. Quando estes papéis estão bem definidos tudo corre sobre rodas. A nossa Rosa dos Ventos aponta sem falhar os pontos cardeais a que pertencemos e onde nos sentimos bem e o sexo é um mar flat em dias de marés vivas.
Porém, e porque uma Guerra sem bazucas e morteiros não tem piada nenhuma, a nossa natureza tem momentos em que nos prega rasteiras. Uns dias podemos gostar de levar com ele por detrás, nos outros apetece-nos montar o macho como um touro mecânico. Momentos há que somos definidos mais como um género calmo de «venha a nós essa grande piça» e outros, mais afoitos, de «ora vamos cá ver onde é que te vou comer hoje». E é aqui que o Plano de Guerra tem de ser equacionado. Porque enquanto os soldados comem e calam, tudo corre bem nas trincheiras. Mas quando os soldados querem variar a ração, as patentes superiores amotinam-se.

Estimados Súbditos do Olimpo da Deusa-mor, no variar é que está o ganho. Se a vossa parceira está um ano inteiro a pedir uma canzana e, de repente, lhe apetece fazer-vos um botão de rosa, mandem as mãos para o céu e digam «Hossana nas Alturas». É sinal que não andam a comer uma morta-viva e que do outro lado há alguém com vontade própria que gosta de variar – afinal, a chave para o bom sexo. Não adjudiquem significados e significantes a uma coisa que é apenas o que é: sexo é prazer. São corpos, sensações e pulsões, enfim, um cabaz de informação suficiente para vos deixar entretidos enquanto o praticam. Colocar mais pólvora dentro dessa baioneta é arriscar-se a perder a guerra por falta de comparência do adversário. Mesmo que ele lá esteja…

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